Ministério do Turismo e Instituto Unimed-BH apresentam

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Com exibição on line, espetáculos formados por artistas negros de BH abordam diferentes temáticas da cultura afro, de 22 a 25 de outubro.

Assista aqui:

Dia 22 de outubro – quinta-feira

Duração: 50 min – livre 

Xabisa é uma palavra da língua Xhosa, dialeto de origem sul-africana, que, em português, significa Valorize. No espetáculo de mesmo nome, duas pessoas estão em uma caverna onde, separadas, buscam por riquezas. A caverna remete ao Mito de Platão, à escravidão negra e, também, à exploração de ouro no Brasil. Ao procurar por preciosidades, entre obstáculos físicos e socioculturais, os personagens encontram a si mesmos. O trabalho propõe um encontro cultural afro-brasileiro, trazendo referências da cultura bantu, da dança Gumboot ambas originárias da África subsaariana e da arte do palhaço, utilizando uma linguagem teatral negra contemporânea e cômica. O espetáculo estreou em 2018 e recebeu o Prêmio Leda Maria Martins na categoria Muriquinho – Área: infanto-juvenil, em 2019. 

Dia 23 de outubro – sexta-feira

Duração: 24 min livre 

A realidade de crianças negras marginalizadas, criadas entre tiros e necessidade de sobrevivência, é a principal motivação do espetáculo Eu, baseado na história real do artista Led Marques, que cresceu e viveu em contato com a periferia de Belo Horizonte, e que, graças à dança, pode experiência um contato direto com artistas de diversos estilos e histórias. Esses encontros provocaram o desejo de sobrepor fatos reais de guetos marginalizados à dança de diversas modalidades. As danças urbanas são expressões atuais e relevantes de uma comunidade que encontra na dança seu principal meio de comunicação. Em um contexto de complexa urbanização e exclusão social o breaker é o artista do estranhamento, aquele que performa com o corpo a movimentação dos sentidos. Trabalhando a união entre músicas que, aparentemente, não são dançadas por um B-Boy, juntamente ao rap e estilos de rua, Led Busca presentificar a realidade de quem cresce na favela e se entrega a realidade do mundo lá fora. Partindo de improvisações e áudios que recolheu durante um ano, ele fez montagens de músicas e coreografias, estruturando o espetáculo que estreou em 2014. 

Dia 24 de outubro – sábado

Duração: 50 minutos – Livre 

“Lótus” é um espetáculo sobre mulheres que desejamos falar, em especial sobre aquelas cuja a cor da pele as colocam no lugar mais baixo da pirâmide social. Em cena, o universo de mulheres que trazem em suas afetividades histórias que são invisibilizadas pelo patriarcado subjacente. A peça fala sobre amor, superação, beleza e vida, isto dentro de um contexto de preterimento e fragilidade em que está inserida a mulher contemporânea que é hipersexualizada, além de contar os caminhos que essas mulheres encontram para resistir e (re)existir. A montagem é inspirada nas histórias das grandes mulheres negras, como Nzinga, Rainha angolana, Lélia González, ativista e intelectual do movimento negro brasileiro, Ruth de Souza, grande atriz do Teatro Experimental do Negro e Carolina Maria de Jesus, escritora e catadora de papel, referência na literatura negra brasileira. O monólogo é feito pela atriz Danielle Anatólio e estreou em 2016, em Salvador. A atriz que é Mestra em Artes Cênicas pela UNIRO, desenvolveu ao longo de anos uma cinco uma pesquisa sobre Autogestão do Corpo Negro Feminino, sendo o espetáculo um dos resultados práticos desta pesquisa. “Lótus” se fez da necessidade de ressignificar cenicamente a corporeidade da mulher negra e de experimentar uma estética afrodiaspórica que utiliza os elementos da performance negra enquanto constituintes de criação artística. Para isso, é utilizado a dança afro contemporânea como preparação física, a musicalidade afro, pautada nos tambores do Congado Mineiro e a percussão ao vivo que toca o barravento de Iansã e o ijexá de Oxum. No palco, a atriz compartilha as diferentes histórias, ora por meio da fala, ora pela dança e ações físicas que partem da organicidade de seu corpo que tece uma movimentação estimulada pelo toque da percussão que é feita também por uma mulher.

Dia 25 de outubro,  domingo

Duração: 50 min Livre 

Treinar, pesquisar, estudar, se qualificar, fazer aula, aperfeiçoar, trabalhar duro, suor e sangue derramado. Dias e noites buscando uma perfeição não alcançada diante dos parâmetros e estereótipos impostos pela sociedade. Eu existo? Será que existo? Sempre escuto as mesmas frases:”Nossa você é ótima, mas você faz tecido?;”Nossa você é ótima, mas você faz acrobacias?;”Nossa faz equilíbrio! Você  é alongada?; “Você canta? Você dança?. A resposta para todas essas perguntas são “sim”, no entanto a resposta é uníssona:”Infelizmente você não se encaixa no quê nós buscamos.”Na verdade acaba que, muitas das vezes, faço tudo isso que foi perguntado e mais um pouco, e mesmo assim ainda nunca é o suficiente.  Ainda não sou o perfil do que procuram. No entanto, por quê não me enquadro? São tantos porquês que nem sei por onde começar, por onde começar a citar os meus questionamentos. Eu sei que o preconceito, a discriminação e o racismo são as palavras-chave para as minhas respostas,  porém elas são blindadas pela sociedade para fingir que não acontecem. Essa busca pela perfeição inalcançável vai nos matando e nos anulando aos poucos, bem sutilmente de uma forma lenta, o cansaço toma conta do nosso corpo e da nossa mente.Aí aprendemos desde pequena que precisamos ser 5x mais forte, 5x mais corajosa, nos arriscarmos em diversas possibilidades para tentar se sobressair entre os demais e alcançar o tal sucesso .Que sucesso é esse? A verdade é que estou presente mas sou invisível pra vocês.

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